sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Shoppings em estrutura de aço


Acadêmicos: Edson Modelski, Márcio André Borin

Professor - Zacarias Martin Chamberlain Praiva

Disciplina - Estruturas de Aço

Universidade de Passo Fundo


1. Segmento de Shoppings utiliza aço no seu crescimento

Leveza, beleza e rapidez. É o aço trabalhando o templo do consumo, ou será o templo das ilusões? Fuga da rotina que massacra e que, também nos leva a outras ilusões. Ilusão do ter e não do ser, da proteção para os nossos medos, nos ajudando a sair das nossas rotinas e nas compras que fazemos a ilusão do poder.

Precisa comer? Quer espairecer? Ginástica? Assistir um bom filme? Ou simplesmente passear? E, é claro! Comprar. Existe um local, onde você pode fazer tudo isso. Onde? Nos Shoppings Centers. São mais de 346 em todo Brasil.

Muito mais que um centro de compras com variados tipos de lojas, os Shoppings, cada vez mais, vêm se firmando como local de ponto de encontro, lazer e entretenimento. Para atender todas estas necessidades, oferecendo maior gama de serviços, grandes grupos investem na expansão e construção destes empreendimentos, genuinamente urbanos, que crescem a todo vapor.


2. Flexibilidade do aço é fator determinante para o sucesso das construções

Há muito tempo, mais precisamente no século XVIII, teve início a utilização do aço como material estrutural para a construção civil. Os anos se passaram, e com eles inúmeras opções de uso deste material surgiram, fazendo com que a estrutura metálica seja a solução mais indicada para projetos que necessitam de liberdade estética, flexibilidade e leveza. O aço oferece ainda vantagens como economia na execução de fundações e com a administração das obras, mínimo desperdício de material e facilidade de manutenção.

Além desses aspectos, a utilização de estruturas metálicas reduz significativamente o tempo de construção de uma obra, pois o “esqueleto” é fabricado paralelamente ao trabalho de fundação e também porque, ao contrário do concreto, independe das condições meteorológicas para sua execução.


3. Projetos arquitetônicos de Shopping Centers incorporam cada vez mais estruturas metálicas

Na engenharia uma das tendências mais discutidas na atualidade tem sido a industrialização do processo construtivo. Pois os Shopping Centers vêm seguindo essa tendência com o uso cada vez maior de estruturas metálicas pré-fabricadas. Nos últimos oito anos, a grande maioria dos projetos de expansão ou de novos empreendimentos utiliza o aço. A principal razão é a rapidez das obras - o uso do aço pode reduzir em até 50% o prazo de entrega de uma construção.

Em Volta Redonda, interior do estado do Rio de Janeiro, justamente onde está localizada a Companhia Siderúrgica Nacional, foi erguido, há 12 anos, o Sider Shopping, um dos primeiros empreendimentos comerciais do país feito só com estruturas metálicas. A CSN, empreendedora do shopping, forneceu todo o aço necessário. O uso da estrutura metálica permitiu que o Sider ficasse pronto seis meses antes do previsto para a obra em concreto.

Como no setor de Shoppings a máxima “tempo é dinheiro” se aplica perfeitamente - quanto antes inaugura, antes o Shopping começa a render - essa redução no tempo de execução das obras traz um ganho significativo, que compensa, em muito, os custos do material – alguns projetistas indicam que o aço representa de 4% a 6% a mais no valor de uma obra.


3.1 Aço oferece maior velocidade a obra

Além da velocidade da obra, a opção por estrutura metálica teve em vários projetos outras motivações. Os arquitetos destacam a possibilidade de abrir vãos e criar clarabóias, permitindo maior iluminação natural. Os administradores ressaltam a facilidade de manutenção, com redução de custos condominiais. Os engenheiros, por sua vez, apontam casos em que o uso do aço foi a única alternativa para viabilizar uma obra. Na expansão do BH Shopping, por exemplo, não havia espaço para instalação de um canteiro de obras.


3.2 Aço: Não interfere no cotidiano

A limpeza e a possibilidade de a construção ser feita sem grandes transtornos são condições ideais para projetos de expansão, quando o Shopping continua em plena atividade ao lado da obra.


4. Exemplo de Shopping

4.1 Shopping Frei Caneca: Referência em Aço

O projeto do Frei Caneca Shopping - considerada a maior obra vertical em estrutura metálica da América Latina – era de 60 mil metros quadrados de área construída, num terreno de 7,6 mil metros quadrados, no centro de São Paulo, em um local densamente povoado, onde, além de não interferir no ambiente, incomodando a vizinhança, os engenheiros enfrentariam a dificuldade no acesso dos caminhões.

O engenheiro Newton Duarte de Barros, responsável pela construção do Frei Caneca Shopping Center declara enfático: “o Shopping não seria viabilizado, não fosse o uso de um mix de sistemas industrializados.”


Aço, facilidade de manutenção:

Aço: Montagens independentes

O canteiro foi dividido em cinco setores - seguindo o chamado sistema fast-track, em que cada setor tem a sua montagem independente. A fachada, de 16 mil metros quadrados, foi montada por apenas sete pessoas. O número máximo de pessoas na obra, segundo Newton Barros, foi 300. “Se fosse em concreto, seria necessário um contingente cinco vezes maior”, garante o engenheiro, comentando que as pessoas tinham a impressão de que “estava tudo parado”, de tão silenciosa que foi a obra. De fato, a construção do Frei Caneca foi visitada diversas vezes por grupos de universitários, pois virou case nos cursos de Engenharia e Arquitetura.

Aço: Menor impacto no subsolo

O terreno tinha um declive de 17 metros permitindo a execução de seis pisos abaixo da Rua Frei Caneca. Outros sete pisos seriam construídos a partir do térreo. “A verticalidade da obra exigiu uma solução que diminuísse o impacto da estrutura nos subsolos e o aço foi a alternativa leve, flexível e de rápida execução”, explica o engenheiro. Ele conta que o primeiro desafio já foi enfrentado logo nas obras de escavação e contenção, pois o terreno apresentava muita interferência de construções e fundações antigas. O carro-chefe na execução da obra foi a tecnologia steel deck, “uma espécie de pré-fôrma que não precisa de escoramento e depois recebe uma armação complementar e uma capa de concreto”, nas palavras do engenheiro. Com essa tecnologia, todo o esqueleto da obra é de estrutura metálica. “Hoje temos um sistema completo. Pilar, viga e laje são de aço”, diz Barros. Além destas estruturas, o aço é usado em paredes divisórias e coberturas.

Dados da CSN indicam que cerca de 80% dos novos edifícios comerciais usam as chamadas divisórias DryWall - que é revestida por gesso. O uso de coberturas metálicas (a tecnologia roll-on é uma das mais comuns) também vem crescendo à taxa de 25% ao ano, desde 1997, principalmente a partir da proibição do amianto em algumas cidades e estados brasileiros


Ficha técnica:

Shopping Frei Caneca

Local: São Paulo - SP

Cliente: Rodrigues Participações e Agropecuária Ltda.

Início: Março de 1999

Término: Maio de 2001

Projeto Arquitetônico: Alcindo Dell'Agnese

Gerenciamento e Construção: Zeenni Reis Engenharia e Construções Ltda.

Fabricante de estrutura metálica: Codeme Engenharia S.A.

Área total: 87.367 m²


4.2 Shopping Porto Itaguá: Tecnologia e Agilidade em Aço

O cenário não poderia ser mais favorável: o mar de Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Dele surgiu a idéia de evocar elementos de um barco, como mastro, velame e deck na fachada principal do edifício do Shopping Porto Itaguá. O resultado é um visual dinâmico, alegre, festivo, proporcionando identidade ao edifício, além de constituir recurso apropriado para proteção do sol e do vento.


O propósito de valorizar os espaços de uso coletivo, como praça de alimentação, circulações e acessos, fez com que essas áreas ocupassem cerca de 1/3 do total construído, índice bem superior ao dos Shoppings convencionais.


Para materializar a proposta, atendendo às exigências de prazos curtos de construção e custos reduzidos, os arquitetos escolheram materiais de elevada tecnologia e grande expressão estética: estruturas metálicas, tela sintética perfurada e cobertura com telhas metálicas e manta impermeabilizante. As condições favoráveis de ventilação natural, obtidas pelo projeto, dispensou a instalações de ar condicionado, presentes apenas nas áreas do supermercado e do cinema.

Projeto minucioso

A construção do Shopping Porto Itaguá implicou em princípios absolutamente distintos daqueles que fundamentam os Shoppings de cidades como São Paulo. Com área reduzida e dependendo de movimento sazonal, exigiu cuidados com itens essenciais como a pesquisa, o planejamento e a qualidade do projeto arquitetônico. O projeto dos arquitetos Sergio Coelho e Andreas Gyarfas contou com minucioso estudo a respeito dessas condicionantes e, graças a tal providência, o empreendimento, inaugurado em janeiro de 2001, já pode ser considerado um êxito.

Distante 230 km de São Paulo e próxima de cidades importantes do Vale do Paraíba, Ubatuba tem cerca de 60 mil habitantes que em fins de semana, especialmente em período de férias, passa por significativo aumento. Com localização privilegiada, o Shopping Porto Itaguá fica em um terreno de esquina, com 2.700 m², junto à orla da praia de Itaguá, no centro urbano. Tem cerca de 3.200 m² de área construída e reúne cinema e supermercado, 30 módulos comerciais de diferentes tamanhos, área de lazer e praça de alimentação.

Máxima abertura exterior

“Em vez de conceber uma caixa fechada, com vida artificial e sem vista alguma para o exterior, como ocorre com a maioria dos Shoppings, o partido arquitetônico baseia-se na máxima abertura para o exterior, de modo a assegurar ventilação natural, privilegiar a vista para o mar e propiciar a sensação de continuidade entre a rua e o interior do edifício”, afirma o arquiteto Sergio Coelho, da GCP Arquitetos. A proposta foi viabilizada, em parte, pela criação do pé-direito de 9 m que marca a esquina, tratada como uma praça com piso elevado 1 m acima do passeio. Esta solução funciona ao mesmo tempo como local de abrigo, inclusive da chuva, quase diária na cidade, e ponto de encontro, especialmente dos jovens.

Distribuição

O edifício tem apenas dois pavimentos, sendo evitada a construção de subsolo para estacionamento, pela significativa economia de custos que representa. As 35 vagas existentes surgiram do aproveitamento dos recuos frontal e lateral impostos pela legislação municipal. Essa solução, no entanto, não afeta a reqüência do público, uma vez que as pessoas costumam circular à pé pelas redondezas e por haver disponibilidade de vagas nas áreas próximas.

O térreo tem 3,60 m de pé-direito e o superior, 4,80 m, incluindo mezanino nas áreas dos módulos comerciais e de serviços. As lojas-âncora estão voltadas para o exterior, com uma chopperia e lanchonete situadas na esquina, enquanto o supermercado está posicionado no outro extremo do prédio, de modo a gerar fluxo pelo interior do edifício. Pela mesma razão, o cinema situa-se no piso superior e no extremo oposto à área de pé-direito duplo. Com capacidade para 150 lugares, supre uma velha carência da cidade, que há tempos não contava com um cinema. O piso térreo conta com 14 lojas, nove delas no centro do edifício.

O piso superior compreende, além do cinema, 15 lojas e playland. Todos voltados para a praça de alimentação, com 635 m² distribuídos em três ambientes, e com vista para o mar. Loja de doces, fraldário, sanitários e administração ocupam as laterais do cinema e sobre este conjunto, com pé-direito de 2,45 m, estão vestiários e sanitários dos funcionários, além da área técnica do cinema.

Solução estrutural

Três razões levaram os arquitetos a optarem pelo emprego de estrutura metálica: compatibilidade com a proposta de solução modulada do projeto, prazos curtos de construção e custos similares aos de uma estrutura de concreto armado. A solução adotada utiliza aço Cos-ar-Cor-400, da Cosipa, autoprotetivo contra ferrugem, e corresponde a um esqueleto convencional, projetado e construído pela Systemac, com peças padronizadas e encaixes aparafusados. A modulação é de 8 x 8 m e os apoios, quando embutidos em paredes, têm secção quadrada (30 x 30 cm) e quando visíveis (caso da praça de alimentação), são circulares, com 30 cm de diâmetro.

Para dar formato semelhante aos mastros de um veleiro, na fachada principal, o diâmetro de 30 cm da base é reduzido para 20 cm na altura intermediária e para 10 cm no trecho final, que ultrapassa a cobertura em 4 m. Os tirantes de aço empregados nos mastros e na sustentação das velas de tela sintética perfurada, têm diâmetro de 5/8 de polegada a 1 ¼ de polegada e conferem leveza ao conjunto.

No recuo obrigatório de 5 m foi criada uma extensa marquise, que serve para proteção parcial dos carros estacionados e define uma área de circulação. O trecho situado na área de pé-direito duplo é um pergolado de madeira, com os vazios preenchidos por policarbonato. Na parte em que se comunica com o piso superior, transforma-se em deck de madeira ipê, apoiado nos mastros metálicos.

Cobertura

A cobertura tem uma área de 1.920 m², com balanços variados e caimento de apenas 1%. Na face dos fundos, o balanço é de 1 m e nas fachadas laterais, de 4 m, enquanto o trecho voltado para a fachada principal está apoiado nos mastros, afastados um metro da borda da cobertura. A estrutura da cobertura é constituída por uma grelha de tubos metálicos de secção 15 x 15 cm e modulação de 2 x 2 m, sobre a qual estão assentadas telhas trapezoidais metálicas galvanizadas (CSN-Aço-zar 230), pintadas na face inferior na cor azul. O isolamento térmico é feito com manta de isopor, com o mesmo perfil da telha. Sobre ela é aplicada uma manta impermeabilizante de ultraply TPO, com 1,15 mm de espessura, produzida pela Firestone norte-americana. Trata-se de manta termoplástica composta de polímero TPO-polyolefine reforçada com poliéster e emendada com ar quente através de equipamento especial. Esse sistema garante à cobertura um perfil extremamente delgado, de apenas 25 cm, sendo que 10 cm correspondem à borda da superfície sustentada pela grelha.

Ficha técnica

Shopping Porto Itaguá

Local: Ubatuba - SP

Projeto: 2001

Arquitetura: Arquitetos Sérgio Coelho e Andreas Gyarfas

Colaboradores: Agnaldo Amaral, Ana Paula Carvalho, Clovis Cunha, Daniela Simões, Hélio Rorato, Letícia Mansur, Sidney Jun Webster.

Construção: 2001

Área do terreno: 2.700 m²

Área Construída: 3.400 m²

Estrutura Metálica: Systemac

Cobertura: Firestone

Telhas: Metform


4.3 Flambo Flaboyant Shopping Center Artem 2.400 Estruturas Metálicas


Sempre renovando suas instalações, o Shopping Fambloyant em Goiás, teve a usa quarta expansão em 2007. Desenvolvida pelo arquiteto Bernardo Figueiredo, o projeto desta expansão continuou a construção do 3º Andar do Shopping – uma área de 14.000 m², com ampliação da praça de alimentação e com 08 Novos Cinemas Cinemark tipo Stadium com som THX. Novo Park Decking com 05 Pavimentos incluindo nova Administração e Heliponto – área de 28.000 m².

Foram 1.300 toneladas de estruturas metálicas para a expansão do terceiro andar e 1.100 toneladas de estruturas metálicas para a construção do Park Decking. O consumo total de Steel Deck foi de 9.000 m² e 17.000 m² de Telhas Térmicas e Painéis Isotérmicos. Comprovando a eficácia, o requinte, a praticidade do aço neste empreendimento.

Cúpula

Os antigos lanternins com chapas de policarbonato foram substituídos por duas abóbadas e uma cúpula. Com 26 metros de diâmetro e oito de altura, localizada sobre a praça de eventos,a cúpula é constituída por uma estrutura metálica de perfis tubulares e retangulares de aço. Para facilitar sua manutenção, foi criada uma escada metálica externa que se movimenta apoiada sobre trilhos.

Já as abóbadas, ao longo do mall, na cobertura possuem estrutura metálica retangular em arcos, vedadas com vidros laminados.

Passarela

Interligando duas alas do centro comercial, instalada a oito metros de altura, foi construída uma passarela metálica com piso de vidro. Com quatro metros de largura e 11 de comprimento, a passarela é composta por estrutura espacial de aço tubular dimensionada para suportar sobrecarga de 500 kg/m².

As fachadas foram revestidas com chapas metálicas e os pórticos de acesso receberam estrutura treliçada produzida com perfis de aço ASTM A36 e calhas em chapas de aço SAC 300

Desafios

Para o engenheiro Cézar Valmor Mortari, da Arquitrave, empresa responsável pelo projeto e execução da estrutura metálica da área expandida, os principais desafios foram: executar toda a obra em 08 meses, sempre com o Shopping funcionando, com restrições de horário, barulho e espaço para trabalho; fazer reforços estruturais de pilares e fundações sem interromper as lojas atendidas; manter a estanqueidade do prédio; atender a rigorosas normas de segurança, “o que conseguimos com muito sucesso, já que estas são exatamente algumas das vantagens do uso do aço”.



Ficha técnica

Expansão Norte 2006 – Flamboyant Shopping Center Principais

Projetistas

Local: Goiânia - GO

Arquitetura: Arquiteto Bernardo Figueiredo (Espacial Arquitetura – RJ)

Projeto Estrutura Metálica (Geral): Engenheiro Ângelo Katopodis (MK Engenharia – GO)

Projetos Estrutura Metálica (Complementares): Engenheiros Milton Galindo Filho e Cezar Valmor Mortari (Arquitrave Engenharia – GO)

Estrutura Metálica Expansão Shopping: Arquitrave Engenharia

Estrutura Metálica Parking Decking: Pedra Grande Engenharia

Painéis Isotérmicos e Telhas Térmicas: Dânica e Isoeste

Dry Wall: Gessolar

Gerenciamento e Execução Civil: Toctao Engenharia



4.4 Salvador Shopping: Ecologicamente Correto




Construído com tecnologias inovadoras desde a fundação até o revestimento, em um terreno de 120.000 m², com 231.400 m de área construída, o Salvador Shopping, um dos maiores e mais modernos Shoppings do Brasil possui aproveitamento da água das chuvas, sistema de esgoto a vácuo, lâmpadas especiais contra raios ultravioletas, entre outros processos que visam a sustentabilidade.

Um domus em vidro com 5,5 mil metros quadrados garante a iluminação natural. Estes vidros têm fatores de controle de raios infravermelhos e ultravioletas, que reduzem irradiação de calor para dentro do ambiente e geram uma redução de até 70% nos custos de energia para iluminação.

Fixada através de grampos metálicos, sem a necessidade de grandes volumes de argamassa, a parte externa do shopping é revestida em porcelanato. Mais estável e com menor custo de manutenção, esse tipo de revestimento diminui bastante a carga térmica para o sistema de ar condicionado. O Shopping vai utilizar o sistema de termoacumulação para economizar energia na refrigeração. Além disso, utilizará também o ar proveniente da exaustão dos sanitários para resfriar o ar de renovação do Shopping. O abastecimento de água será feito através da Embasa, poços artesianos e reaproveitamento de água da chuva, que será armazenada, filtrada e usada nas descargas dos sanitários. Também será utilizado o sistema de esgoto à vácuo, que reduzirá em 90% a necessidade de água para descargas, eliminando, na mesma proporção, o impacto no sistema de esgoto sanitário da cidade.

Com projeto, engenharia, fabricação e montagem da Codeme Engenharia, o Salvador Shopping possui cinco pavimentos: dois de estacionamentos, dois de lojas e outro com cinema, além de um pavimento de cobertura com restaurantes, cinemas e casa de máquinas.

Solução estrutural

A solução mista aço-concreto foi a mais indicada por atender às necessidades de Sobre-carga de 1000 kg/m2 nas lajes; Dimensões da edificação; Modulação dos pilares 8 x 10 metros; Prazo de execução muito rápido – uma característica de Shopping.

De acordo com Carlos Valério Amorim, do Departamento de Desenvolvimento da Codeme, a quantidade de otimizações comerciais durante a execução da obra e custo-benefício na melhor utilização do concreto trabalhando à compressão e do aço à tração. A perfeita integração com a construtora na execução da estrutura foi um fator vital para o sucesso da obra. “A Codeme montando a estrutura metálica e o Steel Deck e a construtora concretando os pilares e lajes.


A obra, que consumiu mais ou menos 5.000 toneladas de estrutura metálicas e 1.500 toneladas de Steel Deck teve o seu conceito estrutural baseado na criação de um pilar misto, composto de um perfil metálico de montagem (250x250 mm), que nasceria na cabeça do pilar de concreto armado (600x600mm), um metro abaixo da cota do piso da primeira garagem. O perfil metálico foi dimensionado de modo a permitir a montagem e concretagem de até dois pavimentos de lajes sem a necessidade da concretagem dos pilares metálicos. Sua função foi dar velocidade e precisão na montagem do vigamento metálico.

O Steel Deck MF 50 permitiu lajes com menor altura e menor consumo de concreto e maior aproveitamento do aço do Steel Deck, cerca de 12% de economia em relação ao uso do Steel Deck tradicional. Também nas fundações do Shopping Salvador o aço está presente. Devido ao tipo de solo, que exigia fundações profundas, a Construtora Andrade Mendonça optou pelo uso de estacas metálicas. Somente nessa aplicação foram utilizadas cerca de 5.000 toneladas de Perfis Laminados. As estacas metálicas alcançam facilmente grandes profundidades, oferecem alta eficiência no processo de cravação e não causam perdas. A obra é limpa e a logística é bastante facilitada por essa solução.


Conforto térmico

Projetado para oferecer o máximo de conforto aos clientes, o Salvador Shopping construiu sua fachada com o que há de mais moderno em tecnologia termoisolante para construção civil. Foram 4.500 m² de painéis Dânica TermoWall aplicados no sentido horizontal com núcleo isolante em EPS (Poliestireno Expandido) na espessura de 75 mm. Já no sentido vertical utilizou-se 3 mil m² de Styropainel também com núcleo isolante em EPS (Poliestireno Expandido) na espessura de 100 mm.

Ficha técnica

Salvador Shopping

Cliente: Grupo JCPM

Construtora: Andrade Mendonça

Área Total Construída: 231.400 m2

Área de estrutura de laje: 149.000 m2

Perfis laminados: Açominas

Perfis Soldados: Usiminas

Estrutura Metálica: Codeme Engenharia S.A.

Steel Deck MF 50: Metform S.A.

Engenharia e Projeto: Codeme Engenharia e Enpro Engenharia


4.5 Shopping Estação: Sem insterferência

No espaço Estação em Curitiba, inaugurado no dia 30 de março de 2004, o uso do aço como material estrutural foi de fundamental importância, pois permitiu a conciliação de áreas previamente construídas e em funcionamento às estruturas previstas na nova planta do empreendimento, de forma a não prejudicar a operação do Shopping. No último dos seis pavimentos dessa construção vai se localizar o Estação Embratel 21 Convention Center, um dos maiores centros de convenções do Brasil, com capacidade para 2.700 pessoas sentadas. Esse projeto confirma a flexibilidade da estrutura em aço, pois foi construído sobre as salas de cinema já existentes.

Nessa obra, foram utilizadas cerca de 1.200 toneladas de aço, fornecidas e montadas pela empresa paranaense Brafer Construções Metálicas. Segundo José Flávio Barbosa de Moraes, gerente comercial da Brafer, vários desafios foram vencidos na execução da obra, como as montagens da estrutura, que conta com peças de até 8,5 toneladas, sobre a laje dos cinemas do Shopping em funcionamento e de uma treliça com vão livre de aproximadamente 64 metros, tudo isso sem guindastes ou quaisquer outros equipamentos convencionais de montagem. Mesmo diante dessas dificuldades, a empresa detalhou, fabricou e montou toda a estrutura tubular da cobertura de vidro do Shopping, totalizando 450 toneladas de aço, em apenas 60 dias.

O engenheiro Marino Garofani, diretor-presidente da Brafer, afirma que “este novo projeto do Shopping Estação só pôde ser executado graças à versatilidade oferecida pela estrutura metálica. Nenhum outro tipo de estrutura permitiria uma obra como esta”.



4.6 Shopping Paulínea: Aço preserva memória


O Paulínia Rodoviária Shopping, com total de 52.000 m² de área, é um projeto ousado que forma um complexo de lazer e serviços diferenciado dos Shoppings convencionais pela disposição das edificações, sendo que cada centro de lazer ou serviço tem seu espaço independente. Ele foi implantado numa área industrial desativada, próxima ao centro da cidade, aproveitando ao máximo os prédios já existentes.

Sua localização privilegiada junto à Rodovia de ligação à via Anhanguera e a proximidade com o centro de Paulínia propiciaram a implantação de terminal rodoviário, Paço Municipal, escola de formação de professores, e de edificações várias com finalidade comercial, prevendo-se ai toda gama de serviços, infra-estrutura e estacionamento para tal, fazendo com que este complexo suprisse a demanda de comércio e serviços existente hoje em Paulínia.

Com base na obrigatoriedade da manutenção de todos os prédios do complexo fabril, optou-se por um eixo viário exclusivo para os ônibus, sem intersecção com o restante da malha viária, visando à segurança e a comodidade dos usuários no trânsito interno ao complexo.

Uma das condicionantes da intervenção nos edifícios era de se respeitar ao máximo as estruturas metálicas existente dos antigos prédios fabris executados na época pela empresa Chicago Bridge (EUA) que, mantidos, serviriam para preservar a memória do desenvolvimento industrial da Cidade de Paulínia.

Com base nesses critérios fez-se uma avaliação de cargas admissíveis nas estruturas de fundação, chegando à conclusão que o novo revestimento dos prédios deveria ser de material leve e térmico, que não acarretasse grandes reforços nas bases dos pilares metálicos.

As placas metálicas com recheio de polipropileno (isopor) foram eleitas para revestir os dois principais edifícios (Shopping e Supermercado), que propiciaram inclusive uma considerável diminuição da carga térmica no sistema de ar condicionado. Um dos edifícios mais interessantes que se serviu desta intervenção foi o café-bar, que era anteriormente um forno de relaxamento de átomos de metais estampados e que, com uma pequena ampliação, resultou num edifício extremamente agradável para tal uso, tornando-se símbolo da revitalização do complexo.

Cobertura e fachadas termoisolantes

A Dânica Termoindustrial, associada a ABCEM, ficou responsável por 22.000 m² de materiais termoisolantes para cobertura com Painéis PUR Trapezoidal, Painéis PUR Ondulado e Termozip EPS e mais de 6.000 m² de Painéis tipo TermoWall EPS para as fachadas.

Todos os acessos ao empreendimento foram contemplados com guaritas de controle, em estruturas metálicas plana e tubular, visando manter o mesmo conceito das edificações principais.

O Shopping conta ainda com uma cúpula central de 18,50 metros de diâmetro, em estrutura metálica tubular, com vidros laminados de 12mm, devidamente escolhidos pela performance térmica e de sombreamento necessárias ao local.

A cobertura tensionada , executada em lona alemã, a maior do Brasil em área coberta, com cerca de 3.000,00 m², destina-se a abrigar o pavilhão de eventos anexo ao Shopping, que será utilizado em eventos culturais públicos e abertos a toda comunidade.

As placas metálicas com recheio de polipropileno (isopor) foram eleitas para revestir os dois principais edifícios (shopping e supermercado), que propiciaram inclusive uma considerável diminuição da carga térmica no sistema de ar condicionado. Um dos edifícios mais interessantes que se serviu desta intervenção foi o café-bar, que era anteriormente um forno de relaxamento de átomos de metais estampados e que, com uma pequena ampliação, resultou num edifício extremamente agradável para tal uso, tornando-se símbolo da revitalização do complexo.

Ficha técnica

Cliente: Prefeitura Municipal de Paulínia

Início de obra: outubro de 2003

Final da obra: março de 2005.

Projeto: Primi&Appoloni arq. S/c ltda.

Arquiteto: Laudenir Appoloni

Estrutura metálica: Jocar Est. Metálicas S.A

Fornecedor do aço: Cosipa e Usiminas

Cálculo metálica: Irineu Felippe e Solutec.

Revestimento metálico: Dânica Termoindustrial

Construtora: Queiroz Galvão S/A

Eng. Responsável: Piccolo e Lourival

Gerenciamento: Hagaplan

Cobertura tensionada: Toldos Dias


4.7 Shopping São José: 370 toneladas de estrutura metálica


Criado a partir de um projeto diferenciado, o Shopping São José, localizado em São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba (PR), utilizou 370 toneladas de aço. O espaço interno foi projetado para que cada fachada de loja tenha a maior visibilidade possível. São dois andares amplos e confortáveis. Circular por suas dependências é muito agradável, pois o Shopping foi feito com vidros que permitem a entrada permanente de luz natural.



Os projetos de estrutura metálica foram divididos por etapas. Inicialmente foram projeta das as estruturas para as coberturas, envolvendo praça de acesso, zenitais, mall, praça de alimentação, cinemas, terraço, mezanino e sobre laje.


Posteriormente, foram feitos os cálculos estruturais de todas as fachadas e marquises e por último, o projeto do "stadium", plataformas de projeção e utilidades para as cinco salas de cinema.

Inaugurado em setembro de 2008, o Shopping conta com 5 lojas-âncoras, 5 salas de cinema Cinemark, 150 lojas satélite, uma praça de alimentação completa e diversificada com restaurantes gourmet, fast-food, confeitaria e cafés e o conforto de 1000 vagas de estacionamento.


Ficha Técnica

Shopping São José

Local: Município de São José dos Pinhais/PR

Cliente: Shopping São José ltda.

Inicio da obra: abril 2006

Projeto estrutura metálica: julho 2005

Término da obra: setembro 2008

Projeto de estrutura metálica: dezembro 2007

Área: 51.234,00 m²

Peso: 370,00 toneladas

Fabricação: Construtora Roca ltda.

Montagem: Construtora Roca lida.

Arquitetura: CDC Arquitetura

Projeto de estruturas metálicas: Andrade & Rezende

Engenharia de Projetos 5.5. lida.

Construtora gerenciadora: EBR Engenharia ltda. –

Eng. Eugênio Reichman


4.8 Shopping popular de Brasília


O projeto tem sua arquitetura inspirada na natureza, precisamente nas ondas do mar com seus contornos curvilíneos, resultando em uma seqüência de onze pórticos curvilíneos paralelos.



Seu design compõe-se de linhas curvas, formadas pela união de arcos, criando uma figura geometricamente irregular, que, mesmo sendo confeccionados em perfis metálicos, material naturalmente rígido conferiu a edificação uma extraordinária leveza, onde movimento e estática se equilibram harmoniosamente.

Os sheds da cobertura desempenham uma função fundamental na edificação, pois, com a utilização de venezianas translúcidas foi possível a entrada de iluminação natural difusa, trazendo a edificação transparência e luminosidade, assim como a circulação do ar, facilitando a ventilação cruzada em toda a área da edificação.


O projeto

Para a concretização da referida obra, definiu-se uma área com 20.000m², ao lado da Rodoferroviária, localização esta em área nobre, de fácil acesso, situada no fim do Eixo Monumental, via que corta a cidade no sentido leste oeste.

Após o levantamento das condições técnicas da área a ser utilizada para a construção do referido shopping, e do estudo minucioso de seu programa de necessidades, iniciou-se a definição dos princípios que norteariam todo o projeto arquitetônico, dando ênfase ao caráter social que a edificação deveria possuir, sendo idealizadas com as seguintes características:

Os sheds da cobertura, resultantes da interseção dos pórticos principais, desempenham uma função fundamental na edificação, pois, com a utilização de venezianas translúcidas foi possível a entrada de iluminação natural difusa, conferindo a edificação transparência e luminosidade, assim como a circulação do ar, facilitando a ventilação cruzada em toda a área da edificação. As soluções adotadas vislumbram uma arquitetura sustentável através da racionalização do consumo de energia, resultando em economia de recursos financeiros.

Para execução de sua estrutura metálica foi trabalhado nos pórticos principais e nas vigas secundárias perfil I de alma cortada em forma de curva e mesas calandradas, nos demais pilares foram realizados em perfil I laminados de fabricação açominas.

A treliça principal é formada por banzos em perfil I Açominas, os montantes e as diagonais foram trabalhadas em perfil U de chapa dobrada. As terças foram executadas em perfil U enrijecido, fornecido pela Usiminas, as vigas de transição de 30m de vão central foram executadas em perfil caixão (perfil I de dupla alma). Para cobertura foi utilizada a telha trapezoidal calandrada.

O Shopping Popular de Brasília oferece aos usuários em geral um espaço humano, seguro e limpo no quais os vendedores ambulantes poderão sair das ruas e da clandestinidade, exercendo suas atividades em um local aconchegante, definitivo, livre das intempéries climáticas, conquistando sua cidadania e ascensão social, deixando de ser ambulantes e tornando-se empresários.


Ficha Técnica

Localização: Ao lado da Estação Rodoferroviária de Brasília, junto a Estrada Parque de Indústria e Abastecimento (EPIA);

Início da obra: Janeiro de 2007;

Data de Conclusão: Dezembro de 2007;

Área Útil: 39.400,00m²

Área Total: 40.000,00m²

Número de Pavimentos: Dois (Térreo e Subsolo)

Proprietário da Edificação: Governo do Distrito Federal (GDF)

Arquitetura: Cinnanti Arquitetura e Engenharia LTDA

Arquiteto: Alencar Blanco Cinnanti

Engenheiro Civil: Dalmo Blanco Cinnanti

Construtora: Via Engenharia

Engenharia Estrutural: Eng. Adelcke Rossetto Filho - Extrema Construção LTDA.

Cálculo Estrutura Metálica: Eng. Paulo Sergio de Souza Ribeiro - Ferenge Estruturas Metálicas LTDA.

Tipo de Aço Utilizado:

Pórticos e vigas secundárias: Perfil I de alma cortada em forma de curva e mesas calandradas;

Pilares: Perfil I laminado de fabricação Açominas;

Treliça principal: formada por banzos em perfil I da Açominas;

Montantes e Diagonais: Perfil U em chapa dobrada;

Terças: Perfil U enrijecido Usiminas; Viga de transição com 30m de vão central: Perfil caixão (perfil I de dupla alma);

Cobertura: Telha trapezoidal calandrada.


Referencias Bibliográficas

www.metalica.com.br

www.cbca-iabr.org.br